sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aspirar o espanto e a surpresa

Conheci os primeiros convivas suecos já há quase duas mãos de anos.
Recordo o meu farto rabo-de-cavalo dessa altura - ficou então na Suécia, e nunca mais voltou a ser o mesmo.
Foi esta a história, em poucas palavras: em visita a Västeras com os muito(s) amigos do Coral de S. Domingos, uma tal moçoila [=) não digo, não digo, não digo] fez o favor de esconder os meus elásticos, travessões, ganchos e adereços capilares afins, e assim, da noite para o dia, vi-me sem escolha senão sair para as ruas nórdicas de cabelos ondulados ao vento (vento, com certeza, e chuva também é uma forte probabilidade). Foi uma mudança e tanto, agora que volto a pensar nisso!
A partir da hora do pequeno-almoço, certamente marcada na véspera, seguiram-se as manifestações de surpresa pelo meu novo look. Os portugueses entoavam o espanto para fora, os suecos aspiravam os Ahs e Ohs!...
Ficou-me aquilo como uma espécie de mistério.
* * * * *
Cá em casa, o Kenneth gosta de ir sabendo que peculiaridades descubro entre os "sueco-västerasianos", e eu, sem grande vergonha, falei-lhe das surpresas aspiradas. E quem diz o espanto, diz outras emoções: é deixar os lábios entreabertos e HAH! ou HOH!... mas ao contrário - é para dentro. Isso!
Ora, soluços não são (esvai-se, com isto, a teoria de um amigo...), mas também não se chegou a nenhuma conclusão brilhante.
Como ainda não estou bem falante deste idioma, não consigo avaliar se é por se gastar muito ar nalgumas palavras, que depois se fica em aflição para recuperar fôlego.
Pronto, era isto que tinha para hoje. Para a próxima? Vem vet?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vem vet?

Hej hej!
Det är sant, parece que dei uma escapadinha.
Foi coisa pensada: "pensei muito", como diria a Boneca do Almada. E não foi fácil. Não é fácil.

Já trazia na bagagem a intenção de ir escrevendo, mas melhor será prometer já que isto não é asneira para todos os dias!
Bem se vê, demorei mais de duas semanas a criar o blog (já nem sequer é chique ou novidade fazê-lo), e suspeito que não tenho sensibilidade decorativa para escolher "o rosto" que isto há-de ter... Ainda assim, tábuas de um amarelo tranquilo fazem lembrar as casas aqui em volta. Um destes dias, posso mudar para verde e falar das florestas, ou para azul e inspirar-me no lago, ou para branco e contar das escorregadelas na neve.
De resto, se for tão inconsistente a escrever filetes (para não lhes chamar «posts») como fui com os 7 ou 8 diários salt(e)ados da "idade do armário", ninguém precisa de se maçar muito.
Vem vet? Quem sabe?

Quem sabe por quanto tempo?
Não há muito, li que "somos duração" - o tempo tem importância, e há tempos para tudo. É preciso saber vivê-los, recebê-los, muitas vezes esperá-los.
Eu fui vivendo, fui recebendo, e desconfio que, inconscientemente, fui esperando este tempo de agora.
Adoro o Sul!!
Estou bem ao Norte. Com que duração? Vem vet?