quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Jul, Jul


A música é uma das minhas favoritas para o concerto de amanhã.
O quadro é de Carl Larsson, certamente para nos contar uma história de Natal.
Tudo muito sueco!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Entre a uma e as duas da tarde





GPS para bolos e um pedido de desculpas


O GPS (Global Positioning por parte do pai, System por parte da mãe) foi uma grande "descobridura": sabe onde estamos, por onde devemos ir, recalcula rotas quase sem pânico, faz barulhinhos giros e fala muitas línguas.
Nunca se pensou foi num GPS para orientar bolos!
Vamos tentar fazer aqui um exercício rápido de Global Positioning: Montemor-o-Novo-> Rua do Paço-> Pastelaria Estudantil-> D. Celeste e Vitor Guita-> broas de milho e castelares-> Rua Comandante Cardoso-> CTT -> Aeroporto de Lisboa-> a 250 metros vire à direita e depois vire à esquerda-> -> ... -> Cazaquistão-> -> Suécia, Kockvretsgatan n.º3.
.... ?
Acompanharam o percurso? Perceberam onde é que as broas se perderam? Umas desorientadas que, não tendo GPS na lista de ingredientes, fizeram um desvio pelo Cazaquistão?!
Quando já as julgávamos desaparecidas, quem sabe deglutidas por algum trabalhador faminto entre Lisboa e Astana, eis que chegam ao endereço devido, para acompanhar apaladadamente os cafés desta família.
Portanto, devo um pedido de desculpas pelos meus maus juízos - afinal ninguém comeu o que não lhe era devido.
Mas é notável e de dizer que a embalagem saiu de Montemor há 1 mês! - o desnorte, porém, não afectou a qualidade das broas da D. Celeste, as mais viajadas de sempre.

Bom Advento!





Hejsan!
Tempo de Advento. Lembro alguém que me ensinou que este é um tempo de saber esperar. Mas não uma espera qualquer: é um esperar sereno, confiante, sabendo que a Alegria vem!
Sim, gosto especialmente deste tempo que antecipa A Luz, A Paz, O Nascimento. Não uso em vão as palavras, confio nelas.
A cada domingo uma luz, uma vela que se acende em sinal de boas novas: aproxima-se cada vez mais O Natal!
Na Suécia, onde agora o sol só vem de passagem por umas horas, as tradições são o que dá luz e cor e cheiros e sabores a este tempo do ano.
Na noite de sábado para domingo as janelas das cidades, das vilas, dos pequenos lugares animaram-se com os enfeites de Advento. Mais bonito visto do que contado, claro.
Muitas velas, as canções de Natal, a Lucia (mais tarde conto detalhes), vinho doce com frutos secos, bolo de açafrão, bolachas de especiarias, pão caseiro... Nem a Lapónia me falta, que estou no país certo (enfim, embora umas centenas de kms a sul do vizinho Pai Natal...). Falta a neve! Essa não está a querer juntar-se à festa.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Beber cerveja e escrever actas

Antes deste filete consultei as sensibilidades dos envolvidos. Esta é apenas a observação de uma curiosidade.
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Imaginemos, pois, que vamos ao Bento (cumprimentos à Rua do Pedrão) num sábado à noite, provar umas cervejas. Atenção, repito que vamos provar! E convém levarmos um bloco de notas.
E agora vou usar palavras banais: em vez de arrotar no final da degustação, vamos para casa e escrevemos uma acta sobre as cervejas!
Assim é: fiquei recentemente a saber que aqui na cidade um grupo de amigos com apurado sentido de paladar se encontra para apreciar e classificar A Cerveja. O processo passa pelo convívio agradável, claro está, e a ele segue-se o registo em acta das impressões recolhidas sobre os líquidos ingeridos.
Sendo as conversas como as cerejas, fazem-se outras descobertas logo a seguir. O facto é que o associativismo é uma forma de estar importante na sociedade sueca, muito provavelmente como modo de promover o convívio, a união, e combater algum isolacionismo que o próprio clima encoraja. Assim sendo, há associações para provar cerveja, provar vinhos, praticar desportos tradicionais e peculiares, apreciar motas, enfim, um sem número de razões para fazer juntar as pessoas. Eu apoio!
Sabemos (sabe, pelo menos, quem é professor) que escrever actas não é propriamente a criação não-literária mais emocionante do mundo... Mas parece que existem actividades capazes de tornar a escrita bem mais interessante.
E até já pensei, dentro do espírito desta época, que talvez fosse bom criar um Grupo dos Amigos das Bolachas de Especiarias, mais conhecidas por Pepparkakor. Ontem provei umas caseiras que ficariam perto do topo da classificação. Esperem só até euzinha experimentar a fazê-las cá em casa! Vem vet o que é que dá?

Sair do país sem que o país saia de nós




Foi na 2.ª feira, dia 14, na sala de Música da biblioteca de Västeras.
Não tenho muito jeito para me auto-avaliar, falarei apenas do resto.
Se bem me lembro, estiveram lá Camões, Eça, Machado de Assis, Pessoa(s), Sophia, Saramago, Jobim, Ary dos Santos, Ondjaki, Mia Couto, O'Neill, Zeca Afonso... Conversa, sorrisos, canções, muitas palavras bem lidas por amigos suecos, dança, público interessado e muito afável, mais numeroso do que eu imaginava. Falo de suecos curiosos e atentos à Lusofonia da noite: "Sabíamos pouco, agora sabemos e gostamos mais, e ficamos com vontade de conhecer e escutar mais ainda." Que bom dizerem isto da nossa História e dos criadores da nossa Literatura e da nossa Música!!
No fim, apareceram uns docinhos "da casa", um chá fumegante de lúcia-lima, e abraços e gente contente.
Nada teria acontecido sem a ajuda de muitos, a quem AGRADEÇO. A cumplicidade de culturas foi essencial. O Eu e o Outro tiveram um serão feliz.

Só uma nota

Não neva ainda. Há até quem diga por cá que a culpa é minha: a neve está a fazer-me esperar.
Mas a verdade é que vim da rua há pouco (ainda não são 21h), a temperatura está negativa e vai continuar a escorregar pelo termómetro, e se me descuido, quem escorrega sou eu... O chão está cheio de mínimos cristais de gelo, como se tivesse sido polvilhado de prata polida, e debaixo dos pés desajeitados os passos soam como suaves estalidos, quase "crocantes", numa superfície traiçoeira.
... Estava aqui a pensar se não seria sensato arranjar uns travões, ou mesmo calças à prova de deslize?!

sábado, 5 de novembro de 2011

As estrelas trocaram de lugar - nota simples sobre uma emoção forte

Na Suécia, é este o fim de semana de lembrar todos os que já não estão "aqui" connosco.
Motivada pelo que me contavam cá em casa, ainda há poucas horas saí com o casaco mais quente que tenho e dei um curto passeio num cemitério. Sinto que poderia ter passado tempo bem mais longo na serenidade daquele lugar.
O céu carregado de nuvens não deixava ver senão escuridão baça, mas viam-se as estrelas no chão, muito brilhantes, numa distância quase a perder de vista. Milhares de pontos de Luz! Milhares de velas acesas sobre a relva vão esta noite fazer companhia aos que vivem nos Jardins da Paz.
Requiem aeternam dona eis Domine.

Aniversário

Um certo poeta escreveu, com nostalgia e amargura, sobre o tempo em que se celebrava o seu aniversário. Conta que, depois desse tempo, tornou-se a vida apenas numa soma de dias, em que o coração pensa e dói-lhe pensar...
Admiro o poeta, claro está, mas é-me muito mais forte o sentimento de que um aniversário é sempre um dia especial, de contentamentos.
Recordo eu que, na infância, as vésperas dos meus anos provocavam no estômago quase tantas borboletas como os dias que antecediam o Natal!
Um Aniversário é a celebração de uma vida começada um dia, para felicidade de muitos!
Gosto de desejar aos amigos dias de anos felizes, mas, de todo o coração, o que desejo é que cada um dos 365 dias de mais um ano seja bom, MUITO BOM!
Hoje, cá em casa, houve festa de aniversário, e da forma mais espontânea e afável fui envolvida pela família, como se eu própria fosse mais um elemento dela.
Houve sopa de peixe, umas fatias de paio alentejano (fica bem um toque exótico à mesa festiva da Escandinávia) e as velas sopraram-se sobre uma tarte de chocolate com lingon, não muito diferente da da foto.
Desconfio que não preciso de dizer mais nada - e poupo nos adjectivos, porque muitos seriam sempre poucos para descrever o menu e a companhia.
Este início de Novembro é fértil em bons amigos.
Parabéns, Evelina!
Parabéns, Fatucha!
Parabéns, Adriano!
Parabéns, M'na Susana! :)
Parabéns, Inês!