sexta-feira, 6 de maio de 2016

Melhor, só se fosse sobre Lisboa

Saltamos de Janeiro para Maio, já repararam?
Eu e os interregnos! (Já agora, "interregnos" transportará alguma arrogância no seu sentido? É que "entre reinados" não se aplica por aí além à não-realeza da minha pessoa. Adiante! ;)  )

Como é hábito, muito acontece nestes períodos da minha aparente ausência. Não me vou dar a sumários, estou só numa pausa para xixi e café. E uma olhadela pela janela.



Na verdade, estou para aqui entretida com a correcção de exames de expressão escrita sobre actos de bondade aos olhos de adolescentes, e às tantas o inglês entranha-se tanto que preciso de escrever em português por um instante, só para garantir que ainda sei como.

Vem isto como desculpa para partilhar a minha janela, um dos detalhes favoritos da casa onde passei a viver há uma semana (parece-me que ainda sei qual o há / à a usar...).

Bons amigos, um pouco de sorte, tinta, pincéis e bastante suor - a receita para me mudar para um bairro adorável, tranquilo, com crianças que brincam livremente na rua mas que mal conseguem rir mais alto que o chilrear dos pássaros em êxtase com a Primavera. E a minha janela é a moldura.


Há outras janelas cá em casa, vejo outras explosões da natureza da sala ou da cozinha, e por ser Maio, de cada vez que espreito é natural que tenha nascido uma folha ou uma flor nova. 


Para além de mim e de colegas meus, que neste mês labutamos contra pilhas de património intelectual dos alunos, as mais trabalhadeiras são as abelhas e outras aparentadas zumbidoras ameaçando uns voos aqui para o lado de dentro. Mas tento ignorar, até para não começar numa espécie de "dança do enxotanço" que, de resto, os vizinhos poderiam ver através da dita janela - e quem acabaria mal vista seria eu.

E assim termino: gosto muito da minha janela. Noutras estações, não poderei deixá-la aberta, mas verei as cores e as novas tendência da natureza desfilar.

Melhor, só se a minha janela fosse sobre Montemor ou Lisboa.