Quando aterrei aqui, encontrei um país em choque, com o coração encostado à vizinha Noruega.
Os atentados de Julho pesaram sobre o estado de alma dos suecos, incrédulos e tristes, e passado um mês sobre os acontecimentos indizíveis, a televisão transmitiu uma cerimónia de homenagem às vítimas.
Sei que a palavra Bondade se repetiu. Sei que não se falou de vingança nem de ódio. Falou-se de mais Amor. Cantou-se e recitou-se poesia. Em dado momento, leram-se os nomes das vítimas; mais de 12 minutos de nomes com uma condição em comum: terem partido demasiado cedo. No final, a orquestra não tocou um Requiem.
Pois sim, poderemos perguntar se os corações dos familiares enlutados conseguirão estar em paz com o pesadelo que lhes foi imposto! E cada um de nós terá a sua teoria sobre o que o sr. Breivik merecia...
As figuras do Estado norueguês, porém, agiram e agem com os olhos postos num sistema de Justiça que funciona (assim me dizem, e eu acredito), emocionaram-se e pediram mais Bondade e mais Amor para tornar o país ainda mais seguro, justo e democrático.
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O fenómeno do tempo que voa pode ser perturbador.
Ficará para o "filete" de outro dia falar dum livro que sempre recordo a propósito de tempo; mas hoje, o que me está no pensamento são os 10 anos que se consumiram entre 9/11 de 2001 e 9/11 de 2011.
Há 10 anos eu era estudante; ainda fazia malas todos os domingos para ir para Lisboa; ainda não havia cartão Lisboa Viva nem comboio em Almada; o José Saramago ainda vivia; pouco sabia de criações literárias de horror e terror e nunca tinha lido Don DeLillo; ainda não conhecia a Rua da Barroca nem prestava atenção à Rua das Piçarras; não tinha tido a honra de escrever um prefácio para um amigo; muitos amigos meus ainda não tinham casado nem tido os seus filhos lindos... Acontece mesmo muito em 10 anos!
Estava em casa quando, na televisão, vi as imagens surreais de 2 torres feitas fumo...
Nesse dia e nos dias seguintes, as cinzas misturam-se com lágrimas e flores e tristeza e "desnorte". O mundo quase todo encostou o coração aos EUA.
No entanto, não tenho memória de ouvir as palavras Bondade ou Amor, e sei que se repetiu a palavra vingança.
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Não sei, não tenho nenhuma conclusão evidente a tirar. Só quis assinalar este 11 de Setembro.
Mesmo perante as evidências, não imaginam o que me custa a crer que, sobre o mesmo chão que dá árvores, flores e frutos, aconteçam episódios assim, de que nem sei falar...
infelizmente, há vários 11 de Set. para a assinalar! o de 1973 (Chile) é um deles. todos os dias, existem 11 .09 para lembrar com mágoa, no Iraque, Afegão, Palestina, Israel...
ResponderEliminaras vítimas inocentes, não param de aumentar no mundo inteiro, porque a ganância e o ódio se sobrepõem ao Amor!...
beijocassss
vovómaria
Olha se soubesses falar?!...
ResponderEliminarAbreijo.
A violência cria mais violência, que cria mais violênia, numa espiral sem fim. Creio que a atitude da Noruega é uma atitude equilibrada e correcta, em contraponto à dos EUA.
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