quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Originalmente, um post de Facebook

Antes da uma passei ali numa daquelas ruas, sabem? Cheirava ao almoço bem temperado de alguém, também às sardinhas que ainda iam assar e aos pimentos já assados de outro vizinho, e a gulodice da porta ao lado denunciada por um bolo que suspeitei de côco. Naquela rua, comeu-se bem hoje. 


De cheiros e sabores me regalei nestas semanas. Os cinco sentidos generosamente nutridos pela luz, pelas cores, pela fruta que escorreu em sumo pelos dedos... 


Mais que tudo, o coração vai cheio e mimado, surpreendido até! 

Foram umas férias de mãos e pés pequeninos, de narizinhos perfeitos, de olhos iluminados, de sorrisos e risos contagiantes, de brincadeiras no jardim, de gestos e palavras como quem está em constante descoberta - que filhos maravilhosos que vocês têm e, UAU, que BOM eu poder receber um pedacinho desse Amor!! Adorei ver os miúdos, e não menos gostei de estar com os graúdos OBRIGADA pelo vosso tempo e pela companhia, obrigada por serem! 🌼 Se não nos vimos, não foi falta de vontade ou de saudade, foi o tempo que encolheu mesmo diante dos nossos olhos. Fica a promessa, pelo menos o desejo, de que o próximo reencontro virá em breve.

Nisto, Julho foi-se. Agosto, descaradamente quente e convidativo, chega e leva-vos para férias. Já já ou daqui a nada. A mim, leva-me de volta ao norte, onde o Verão parece ainda estar em cena também. Mas eu sinto uma espécie de neblina, porque a despedida tira a clareza. No entanto, a calma volta depois e "tudo está bem quando acaba bem". Em Västerås, se fechar os olhos, não perco de vista canto nenhum de rua nenhuma; sei como é que o nosso sol bate ao fim da tarde na parede caiada ou na areia espelhada pela maré que baixou; revejo as andorinhas em desassossego alentejano; oiço as cigarras quase em coro com as ondas, e pela água os lugares fundem-se, sem conflito. Lá e cá, é estar em casa.
Agora, como há cinco anos: até amanhã! 🍀🌟