sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Alguns meses depois

Boa noite!
Nem sei por onde começar...
... mas será bem educado da minha parte perguntar-vos "como vai isso?"
Não é lá grande pergunta que se faça por estes dias, pois não? (suspiro)
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Passaram alguns meses desde que consegui passar aqui pela última vez. Ainda há minutos, quando relia  o filete anterior, mal consegui recordar o momento em que o escrevi. Do tanto que aconteceu de Julho até agora, distraí-me... quase.
Se contar com detalhes vai ser aborrecida a leitura, por isso corro depressa por cima do calendário.
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Comecei a trabalhar a 9 de Agosto, quatro dias depois de ter voltado à Escandinávia. Trazia então na alma a família e o arco imenso de amigos, sobretudo aqueles que o Verão fragilizou. (E por falar em Verão, já não o vejo há dois meses!) Em Setembro mudei-me para um pequeno apartamento, não muito longe do centro da cidade - um degrau apenas a meio do caminho para "o meu apartamento", onde viverei a partir de Dezembro.
45 quilómetros me separam da escola: percorro, no total, uma hora e pouco de estrada todos os dias para encontrar os meus alunos e depois voltar para casa. Virsbo é o nome da encantadora aldeia, uma espécie de S. Cristóvão com muitos pinheiros, com um lago, com três indústrias de assinatura finlandesa, com uma comunidade muito peculiar, mas sem teatro, sem coelhos de coentrada (só há dos outros, que aparecem do meio do bosque) e sem o aconchego humano que só uma aldeia alentejana sabe ter.
Setembro foi também dedicado à cozinha portuguesa e a encontros falados em português: do caldo verde aos fios de ovos, do bacalhau no forno ao doce de tomate caseiro, dos debates sobre língua materna aos bons amigos que aceitam desafios e ajudam de coração, o nono mês foi uma azáfama.
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O "rebuliço" prossegue mas Outubro veio e ainda mal se estreou.
Aqui não houve feriado ao quinto dia, porque a Suécia se mantém um país de reis e princesas (as estórias, todavia, já não são como as de antigamente e quem as conta são as revistas, com letras amarelas e cor de rosa). Não me atrevo a discutir monarquia e "outros assuntos da gramática", mas vem a propósito dizer-vos que estes 3500 quilómetros não me tornam cega: vejo e escuto Portugal todos os dias e uma parte de mim luta aí!

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