sábado, 25 de janeiro de 2014

I surrender









Fim de Janeiro, e as tardes já são um pouco mais longas.

Podia ter sido uma manhã para dormir, longa e preguiçosamente, mas despertei cedo. Vem do hábito. Pensei, ainda afundada na almofada, que este devia ser um Sábado para corrigir testes e tal, mas em vez disso comecei o dia a limpar, aspirar, fiz um bolo e, ao som dos Deolinda, dancei na cozinha com a esfregona por par. Que figura!! :D
Dou-me ao luxo de hoje ainda não ter pensado uma palavra que fosse em sueco, talvez por isso seja um momento propício para aqui escrever. Aproveitando a luz que ainda entra na cozinha, corto uma fatia de bolo (podia ter corrido melhor - para a próxima, respeito a receita) e recordo o filme que fui ver ontem.

Podia dizer numa palavra apenas: rendo-me. Levou tempo até eu apreciar o trabalho do DiCaprio, mas o papel de Jordan Belfort, achei-o digno de Óscar, sim senhor. E percebo que é uma maturidade em construção já de papéis anteriores.
Hipérbole, exagero, luxúria, volúpia - e é chamar-lhe pouco. Baco ruborizaria, digo eu. Três horas de muito bom guião construído sobre o pior nível de linguagem e momentos que tocam uma espécie de grotesco da contemporaneidade. Os risos e as gargalhadas vindos do público soam em muitos momentos de desconforto, para desviar o embaraço. Ascensão, excentricidade, auto-destruição, decadência, solidão, medo. O fim.
Não só o DiCaprio faz um bom trabalho; quase todo o casting me pareceu perfeito para a estória! E a visão do Senhor Scorsese é não a de um lobo de Wall Street, mas de mestre de Hollywood.


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