terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Daquele lado há mais (?)




As temperaturas têm andando, persistentemente, do lado do menos; "arrefeceram-se-me" as mãos e fiquei todo este tempo sem vos escrever.
Causa ou consequência disso, a verdade é que passei por dias saudosos, de dúvidas, de indecisões - às tantas, sou até capz de ter chorado um bocadinho, para aliviar a saudade. Saem as lágrimas (mornas por pouco tempo, no rosto gelam depressa), dá-se uma pancadinha nas costas da tristeza, fica-se melhor, as dúvidas encontram algumas respostas e segue-se para o próximo A(c)to :)
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A história é que de novo me tornei estudante, desta vez de Skandinavistik na Högskola de Västeras. Há livros para procurar, canetas coloridas para sublinhar, um caderno novo (folhas novas e lisas: sempre gostei de as poder estrear). Acima de tudo, há Pessoas e há Conhecimento - agrada-me a combinação. Vamos a isto! Até Junho.
Pelo meio, com sorte e ajuda do relógio, é possível que consiga conciliar trabalho na capital, algumas horas por semana.
E quando tudo soa a trabalho e (cheira?) a suor, eis que decidi mesmo foi passear!
Antes era surpresa!! mas agora já posso contar que fui a Oslo ver dança e ver Amigos. Que bons abraços recebi da Stella, do Lourenço e do Rui :) Foi um feliz encontro no topo da Europa, e a neve serviu-nos de brincadeira. Hortinhas, já temos o que contar quando formos mais crescidos! ;)
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A partida: sábado de manhã.
O tempo de viagem era perigosamente longo - uns minutos de atraso por causa de "lixo não identificado" na linha poderiam custar a perda do espectáculo Object Constant, na Opera Huset de Oslo.
Foi por sms que descobri que o comboio já tinha atravessado a fronteira. O serviço é tão eficaz e rápido com as Boas Vindas, que quase, quase podíamos acreditar que o roaming é uma coisa simpática... E eu que vinha adorminhada e torcida no banco, despertei para descobrir um país novo. Deste lado há mais neve, pensei.
Como os meus olhos o vêem, o branco tem mesmo qualquer coisa de fascinante. Em cima dos telhados que interropem a paisagem, os tapetes são espessos, fofos, curiosamente perfeitos nos limites, como se a neve soubesse exactamente onde parar sem se precipitar contra o chão.
As àrvores, nos ramos mais finos dos mais finos, só conseguem fixar uma espécie de pó gelado, e, à distância, a cor parece a mesma do cabelo grisalho de algumas avós.
Na carruagem sentiu-se um cheiro a laranja: o meu companheiro de viagem decidiu lanchar, logo no momento em que o maquinista anunciou café e queques de café e chocolate no restaurante.
Mais duas horas de viagem até à capital. A vontade era ir lá para fora, fazer anjos no chão! Ou ir puxar um braço de um pinheiro, como se fosse uma catapulta, e deixar-me bombardear com neve!
Uma hora para a chegada. Contorcionismo no banco, para trocar de roupa. Um piquenique rápido, com direito a Brigadeiros para sobremesa.
E Oslo, finalmente! Anfitriões impecáveis, um fim de semana bom, uma cidade que ficou a pedir nova visita.

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