segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Doze badaladas




I
Um ANO BOM para todos!
Tenho pouco que ponderar antes de afirmar que não há ninguém no mundo a quem não deseje um Ano Bom, contando que isso, para mim, significa um ano de Bondades feitas e Bondades acolhidas. Bem podemos escancarar a grandeza dos nossos corações para cumprir da melhor maneira a demanda de 2012.
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II
Fui da Escandinávia à praia lusitana e vi o Sol! Mais radiante seria impossível.
E o céu, dum azul que quase dói de tão bonito!
Laranjas e limões pendentes nos quintais, como cachos luzidios, fazendo certa concorrência, suculenta e doce, às uvas doutra estação.
E as cores do fim duma tarde, recortadas por cada trave férrea da ponte 25 de Abril...
E a família e os amigos, tudo o que nos dão e nos fazem sentir!...
É tão bom, Portugal!
Não me levem a mal, isto não é uma revelação de agora. Mas parece ser verdade que ver outros lugares e os seus encantos renova as seduções da nossa casa.
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III
Esperas longas, muito longas nos aeroportos. O que é que se faz?
Compras no Duty Free? (dizem eles que é "free", mas é tudo caro na mesma...) Pára-se num bar para lanchar? (vi eu um casal pagar 7,80 euros por aquilo a que chamamos, caseiramente, uma meia de leite e uma tosta mista!...)
O aeroporto de Frankfurt é um gigante com o ar condicionado no máximo e onde tudo o resto é igualmente excessivo.
Vai daí, comprei 2 livros em alemão, para provar que o sueco ainda não arruinou por completo as minhas competências germânicas. Houve tempo para ler, integralmente, "O Principezinho"! E sobrou.
Antes de embarcar no segundo voo, ainda pude comer o pastelinho de nata que a D. Celeste me dera de manhã cedo (a D. Celeste da Estudantil [pub.] tem um papel importante no meu consumo da açúcar no norte da Europa).
Quase 6 horas em solo da Frau Merkel - foi dose!
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IV
Despedi-me de 2011 cantando, e a cantar pedi o melhor para 2012. Alguém me disse, no final, que me ouvira a voz, mas ouvira-me sobretudo o coração :)
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V
O que mais ninguém fez em Västeras na noite de fim de ano: bater com os testos das panelas e comer 12 passas à meia-noite! Só nós, cinco boas raparigas na rua Kockvret.
Chamemos-lhe um reveillon multicultural. Elas nunca tinham saudado o ano novo "à portuguesa", e eu nunca tinha ido para a rua com 8 graus negativos, ver o fogo de artifício.
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VI
Alberto João Jardim no plural: que suuuusto!
Foi a ideia... parva... pois, admito... Foi a ideia que me passou pela cabeça quando a meia-noite se aproximava e milhares de pessoas na cidade lançavam, desordenada e ruidosamente, os seus fogos de artifício. Muitos Albertos J. Jardins com fogos baratinhos, sem ficar a dever nada a ninguém.
De lado a ironia e o detalhe do barulho ensurdecedor, diria que vi um céu lindíssimo, iluminado e colorido por homens e mulheres com Esperança no ano que começou.
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VII
Lápis que escrevem perfume. Comprei-os na lojinha do Mercado, e recomendo!
Trouxe-os na bagagem e agora, ali ao canto do quarto, é como se tivesse uma laranjeira em flor - como Primavera que viesse mais cedo....
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VIII
Quando regressei, descobri uma casa diferente. Perguntei: "Não pode ficar assim o ano inteiro?" Tolice, claro.
Há o pinheiro, as flores, as velas, os gnomos da sorte, os anjos, o vermelho cá dentro, o branco lá fora. Fica tudo ainda mais acolhedor.
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IX
Entretanto, tenho para a troca dores de garganta, lenços de papel em estado indizível, tosse, uma febrinha chata e mau humor. E só vamos no 2.º dia do ano... :P
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X
Continuam as guloseimas da época natalícia, e as bochechinhas, que começaram a arredondar em Montemor, ainda não encontraram tréguas. Assim não é fácil! Alguém conhece uma daquelas dietas "detox"-relâmpago para depois das festas?!?!
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XI
Em Montemor ficou uma nova amiga: a Mia.
Em confissão, reconheço que não tenho a mais fácil das empatias com amigos de 4 patas... E penso que não saberia explicar bem porquê.
Ainda assim, posso jurar que terei saudades do focinho perfeito; dos olhos azuis curiosos e, ao início, muito ciumentos; dos saltos dançantes de quem se diverte consigo mesma, com coisas simples; do miar à hora da refeição e do esgravatar astuto na porta da casa de banho.
Uma festinha para ti, Mia, e um Ano Bom. Miau...
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XII
«Here we come a-wassailing
Among the leaves so green,
Here we come a-wand'ring
So fair to be seen.
Love and joy come to you,
And to you your wassail, too,
And God bless you, and send you
A Happy New Year,
And God send you a Happy New Year.»

3 comentários:

  1. hehe... um bom ano cheio de multiculturalidades para a sra.embaixadora, para a Mia e todos os que vos circundam. Beijos. Um 2012 carregado de vitórias é o que a família toda te deseja!

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  2. Já agora o "CONDIÇÕES" é o meu novo heterónimo... Heheheheh! Depois explico! Carlos Olivença !

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  3. Será que os excelentes cronistas fazem apenas tudo parecer melhor... ou também ser?

    Abreijo.

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