quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Se a bateria chegar


Neste momento em que começo a escrever, tenho 1h que me resta de bateria no computador. Terei de pensar rapidamente no que quero rascunhar, porque assim que esta criaturazinha fizer soar o primeiro "zi", dou por terminada a minha missão. [Não, não é "pi", é "zi"! porque o meu netbook já fala estrangeiro. Pois.)
Foi uma 5.ª feira fresca, de chuva e sol ao mesmo tempo (alguém me explicaria aquele ditado que envolve bruxas e pão e meteorologia), e sobretudo de muito estudo.
Eu explico: logo pela manhã, costumo ler o jornal. Sim, sim: ler efectivamente o jornal! A tarefa não é fácil, já que, enfim, são todas notícias muito... em sueco. E dá trabalho ler e compreender. Entre o dicionário e o Kenneth, vou esclarecendo vocabulário - e tanto o dicionário como o Kenneth têm cá uma paciência!
Acontece, como aconteceu hoje, que o jornal se torna apenas no "aquecimento" duma suada maratona de exercícios de gramática, listas de verbos, mais exercícios do livro de textos... E nisto passo horas.
Uso uma caneta azul turquesa para os verbos, uma Bic para substantivos (com um pontinho cor-de-laranja atrás), verde para todas as palavras cuja escrita não é evidente e a que preciso de dar atenção especial. O lápis sublinha textos e escreve significados. Pois, é verdade, fica-se um pouco tonto só de ver tantas canetas e tantas cores passearem em cima da mesa. Destapa ali, tapa aqui, sublinha do outro lado. Mas é uma espécie de método. Mais ou menos.
30 minutos de bateria.
Chegou de Montemor uma caixa de marmelada feita pela minha mãe. A primeira deste Outono. Apesar de ser, naturalmente, confeccionada com marmelos (ou gamboas, talvez), por aqui chamámos-lhe um figo! [Há jogos de palavras desnecessários, não é? Prometo vir a ser comedida nestas veleidades. Pois.]
E o saquinho de poejo seco, que também vinha na encomenda, já hoje foi útil para fazer um chá adoçado com mel, a bem da saúde da Birgitta. É que os ventos outonais das terras de Sua Majestade Carl XVI Gustaf são perversos para as gargantas e narizes!
22 minutos.
E falta também pouco para um fim-de-semana emocionante.
No sábado à tarde assistirei, em Estocolmo, a um concerto protagonizado por um Ensemble de música Barroca, de que faz parte a Evelina (a "irmã mais velha" da família que me acolhe). Como se só isso não bastasse para ser um evento especial, acrescentemos-lhe outra cereja: o facto de contar com a participação da soprano britânica Emma Kirkby. Estou certa de que será memorável.
Terminado esse concerto, tomaremos o caminho de regresso a Västeras. Cá, às 23h, hei-de vestir pela primeira vez o traje do Mariakören e cantaremos na Catedral. Aqui na cidade, há sempre uma noite de sábado em Setembro com o nome de "Kulturnatt", e há cultura por toda a parte, até às tantas!
Peço que me desejem boa sorte, porque entre o reportório (que ainda não está arrumado na pasta) figura uma peça norueguesa! Muito bonita, é certo - mas se tiver em conta que passo horas a estudar sueco e que ainda não domino essa ciência, que direi da língua norueguesa?...
Pronto, cá está o "zi" que eu aguardava (parece que soa em Lá).
Se a bateria chegar, ainda deixo abraços e votos optimisticamente antecipados de um bom fim-de-s...

2 comentários:

  1. ! :))) sempre um regalo para a mente e para a alma, estes teus textos!
    já sabia da marmelada... e de mais coisas :)...
    que a Birgitta tenha melhorado.
    que os concertos sejam memoráveis! o das 23h, sei que SERÁ!:)... e não te irá faltar bateria (s) :))!
    amanhã, por cá, cantigas para os "voyages", no "sítio" do CSD, com S. e F. vais ser lembrada! :)
    Tudo de Bom por aí :)...
    beijocasssss
    vovómaria

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  2. ...emana.

    Esta deu para adivinhar... o resto terás que escrever no próximo filete. :-)

    Abreijo.

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